São poucos e incertos os dados biográficos de Gil Vicente: terá nascido em Guimarães, na década de 1460 – 1470 e a sua morte deverá ter ocorrido cerca de 1536. Foi casado duas vezes. Do primeiro casamento teve dois filhos: Gaspar e Belchior Vicente. Quando enviuvou, voltou a casar, de onde resultaram três filhos: Paula Vicente, Luís Vicente e Valéria Borges. Tanto Paula como Luís tiveram um papel muito importante na publicação, em 1562, da compilação das obras de seu pai.
Na primeira década do século XVI, existe referência a um Gil Vicente “mestre da balança” da Casa da Moeda de Lisboa, mas não há dados conclusivos que permitam afirmar que se trata da mesma pessoa.
A primeira obra do dramaturgo tem a data de 1502 e a ultima de 1536. a sua carreira desenvolve-se nos reinados de D. Manuel I (1495-1521), por quem foi incumbido de escrever, organizar e ensaiar os autos para a Corte, e de D. João III (1521-1557). Esteve ainda muito tempo ao serviço da Rainha Velha, Dona Leonor, que o protegeu e a quem dedicou várias obras.
Gil Vicente viveu entre o fim da Idade Média e o começo do Renascimento português, pelo que a sua obra reflecte valores sociais, religiosos e culturais muito diversos - poeta lírico dramático, critico de espírito reformador e satírico, observador da sociedade e do comportamento de grupos humanos, Gil Vicente manteve a actualidade, ainda que o seu teatro fosse um teatro de corte, subordinado às exigências e cerimoniais da vida cortesã.
Refiram-se algumas das suas obras:
Þ 1502 - Monólogo do Vaqueiro
Þ 1509 – Auto da Índia
Þ 1512 – Velho da Horta
Þ 1515 – Quem tem Farelos?
Þ 1517 – Auto da Barca do Inferno
Þ 1518 – Auto da Alma
Þ Auto da barca do Purgatório
Þ 1523 - Farsa de Inês Pereira
Þ 1526 - Auto da feira
*1527 – Breve Sumário da Historia de Deus